Sabe como é ganhar uma massagem e sair revigorado, preparado para tudo? Os peixes também. Bom, ao menos uma espécie deles. Uma pesquisa da Universidade de Investigação em Ecoetologia de Lisboa encontrou a primeira espécie - fora a nossa, é claro - que sente prazer em uma massagem onde não há qualquer interação social entre "terapeuta" e "cliente": o peixe-cirurgião.
A equipe, coordenada pela pesquisadora Marta Soares, observou que diversas espécies procuram os peixes-limpadores para que estes o livrem de seus parasitas. Mas a visita custa caro: além de comer os parasitas - seu prato preferido -, os limpadores dão umas dentadas a mais na clientela (composta, entre outros, pelo peixe-cirurgião) para tirar parte do muco protetor que envolve o seu corpo.
- O muco protege os peixes de doenças bacterianas e queimadura solar, entre outros fatores - ressalta Marta. - Os limpadores adoram tentar arrancá-lo, por ser extremamente calórico, e seguram os peixes que o visitam por mais tempo, para que mordam algo mais, além dos parasitas.
A pesquisadora compara: é como se fôssemos a uma loja, atrás de um produto, e o levássemos a um preço bem maior do que esperávamos. Então, por que voltamos lá?
- Ainda estamos estudando o custo-benefício dessa visita - explica. - Mas é bem capaz de valer a pena. O peixe sai sentindo-se mais rápido e protegido contra as ameaças que o cercam. Provavelmente sentem prazer.
Marta fez o estudo na Austrália com um aparelho que simula a ação dos limpadores. Um artigo com suas conclusões foi publicado esta terça-feira na "Nature Communications".
Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/ciencia/peixe-da-massagem-mas-aproveita-para-morder-seus-clientes-3240062#ixzz1fOofIpmq
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